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"Tão Longe é Aqui", de Eliza Capai, é eleito Melhor Filme da Mostra Novos Rumos do Festival do Rio

Com discursos fazendo referência a manifestações, noite de premiação do Festival do Rio foi marcada por tom político
Carlos Heli de Almeida e Rodrigo Fonseca

RIO — O drama judiciário “De menor”, de Caru Alves de Souza, e o suspense “O lobo atrás da porta”, de Fernando Coimbra, dividiram o troféu Redentor de melhor filme de ficção da mostra Première Brasil do Festival do Rio 2013, em cerimônia de premiação realizada na noite desta quinta-feira no Armazém da Utopia, no Cais do Porto. Marcado por discursos politizados e com várias referências às manifestações dos professores, o evento foi apresentado por Marcos Veras e Julia Rabello.  
— Neste ano em que o cinema brasileiro renovou sua vitalidade sem bairrismos e regionalismos, o festival foi uma celebração dos primeiros filmes — disse Fabiano Canosa, presidente de júri, em referência ao fato de os ganhadores serem estreantes em longas. — De um lado, com "De menor", celebramos uma dramaturgia que se esforça para compreender o próximo. Já "O lobo atrás da porta" tem grandes cenas de uma atriz (Leandra Leal) que parece uma mistura da Lolita de Kubrick com Marilyn Monroe.

O longa de Coimbra, que chegou ao Brasil com o prêmio da mostra Horizontes Latinos do Festival de San Sebastián (Espanha), em setembro, também levou a estatueta de melhor atriz, vencida por Leandra Leal — no ano passado, ela levara o mesmo prêmio por sua atuação em “Éden”, de Bruno Safadi.
— Queria pedir uma salva de palmas para os professores que estão na rua lutando por uma educação de qualidade, que aqui não tem arrego — discursou a atriz ao subir no palco.

“O lobo atrás da porta” atualiza para os dias de hoje o caso que ficou conhecido como “A Fera da Penha”, a mulher que, por vingança, sequestrou a filha pequena do amante, em 1960, no subúrbio do Rio de mesmo nome. Ao final da cerimônia, Coimbra disse ao GLOBO que é totalmente contra a violência policial, mostrou sua adesão à causa dos professores e falou sobre a temática de seu filme:
— Durante muito tempo, o cinema brasileiro se sentiu culpado de falar de questões como sexo e amor por conta da obrigatoriedade de falar sempre de temas sociais. É importante que se fale deles, mas também é importante que se fale de outras coisas. A vitória desta noite mostra que é hora de olhar para o brasileiro sob uma perspectiva humana, selvagem, livre da miséria.

“De menor” conta a história de uma jovem advogada de Santos, litoral de São Paulo, que mantém relação idealista com a rotina que leva como defensora pública de menores infratores, até que o irmão, menor de idade, acaba envolvido em um crime com arma de fogo.
— Eu sou paulista, mas essa luta é dos professores e do Brasil inteiro. Estou 100% solidária a eles — disse a diretora Caru Alves de Souza.
Em seguida, ela convidou os cineastas para subirem no palco. Eles seguraram duas faixas. Uma pedia: "Desmilitarização da política e da política". A outra dizia: "Cultura a educação juntas nessa luta".

Também uma trama de contornos trágicos, o drama “Entre nós”, de Paulo Morelli, sobre um grupo de amigos abalado pela morte de um velho camarada, virando um fantasma capaz de incitar conflitos e sentimentos de culpa, saiu da festa com três prêmios. Estrelado por Maria Ribeiro, Caio Blat, Carolina Dieckmann, Paulo Vilhena, Julio Andrade e Martha Nowill, o novo filme do autor de “Cidade dos homens” (2007) levou os troféus de roteiro, atriz coadjuvante (Martha) e uma menção honrosa de ator coadjuvante (Andrade).

Outro título favorito para prêmios, mas que tinha contra si os três Kikitos do Festival de Gramado (filme, trilha musical e ator), realizado em agosto, “Tatuagem”, de Hilton Lacerda, saiu-se vitorioso em três categorias: ator (Jesuíta Barbosa), ator coadjuvante (Rodrigo García) e o prêmio especial do júri.
Rodrigo Garcia criticou a homofobia, referindo-se ao fato de que homens que se vestem de mulher são julgados pela aparência:
— Que bom que o júri enxergou a alma do meu personagem, e não a caricatura — disse ele, que vive nas telas o homossexual Paulete.

O filme de Lacerda também ganhou no voto do júri popular e do júri da Fipresci, a Federação Internacional dos Críticos de Cinema.
— O estado está usando uma arma muito esquisita, que é a repressão violenta às manifestações — criticou o cineasta ao receber o prêmio do júri popular. — O estado não aprendeu como dialogar, como conversar. A função do estado é proteger, não atacar — acrescentou, lembrando o fato de seu filme ter sido o primeiro a ser deslocado do Odeon por causa dos protestos.

“A estrada 47”, de Vicente Ferraz, drama de guerra sobre um grupo de pracinhas brasileiros perdidos nos campos de batalha italianos, durante a Segunda Guerra Mundial, levou o troféu Redentor de melhor montagem e uma menção honrosa do júri para o ator Francisco Gaspar. No momento do primeiro prêmio, houve uma gafe. Ao anunciar a edição vencedora, apenas o nome de Mair Tavares foi pronunciado. Como ele também é o montador de "Tatuagem", o diretor Hilton Lacerda subiu no palco por engano.

Autores de “O homem das multidões”, sobre um solitário condutor de trem de Belo Horizonte, o mineiro Cao Guimarães (“Andarilho”) e o pernambucano Marcelo Gomes (“Cinema, aspirinas e urubus”), ficaram com o prêmio de direção. O Redentor de fotografia ficou com o drama “Quase samba”, de Ricardo Targino.
— Apesar das bombas e do terrorismo de estado, não vamos desistir dessa cidade — reforçou Targino.

‘Arcanjo’ vence entre os docs
Entre os documentários, o vencedor foi “Histórias de Arcanjo — Um documentário sobre Tim Lopes”, de Guilherme Azevedo, sobre o jornalista torturado e morto por traficantes em 2002.
— Frente a todo esse movimento que está acontecendo na cidade, Tim Lopes estaria nas ruas agora atrás de boas notícias e de boas imagens para informar a gente — disse Azevedo.
— Nossa ideia era mostrar o Tim por dentro, fazer o olhar sobre ele por ele mesmo — definiu Bruno Quintella, filho do jornalista investigativo.
— Tentamos retratar o Tim eliminando o lado mártir dele, para mostrá-lo como uma pessoa real — concluiu o diretor.

“A farra do Circo”, de Roberto Berliner e Pedro Bronz, sobre os anos dourados do Circo Voador, recebeu o prêmio especial do júri. Este ainda concedeu uma menção honrosa para dois outros títulos: “Cativas — Presas pelo coração”, de Joana Nin, e “Damas do samba”, de Susanna Lira. O público, no entanto, elegeu “Fla x Flu”, de Renato Terra, sobre a rivalidade entre os dois times, como o melhor documentário da seleção. 

Na categoria Novos Rumos, "Tão longe é aqui", de Eliza Capai, foi considerado o melhor longa. A diretora-executiva do festival, Valquiria Barbosa, entregou o prêmio de melhor curta, na mesma categoria, para "Contratempo", de Bruno Jorge. "Jessy" foi laureado pelo júri popular, e "O menino e o mundo" ganhou uma menção honrosa.



Por Universa UOL 17 abr., 2022
Filha de Mano Brown, Domenica Dias grava filme sobre aborto: 'culpa e medo'
Por La Diaria 06 dez., 2021
"Las Vacaciones de Hilda", de Agustín Banchero, ganó el Premio ACCU  Mejor Película, Mejor Dirección, Mejor Ópera Prima, Mejor Actriz y Mejor Montaje para el primer largometraje del director uruguayo
Por Fotogramas 19 set., 2021
‘Las vacaciones de Hilda', o la mecánica del tiempo de Agustín Banchero  Potentísima ópera prima.
Por El País 02 ago., 2021
"Las vacaciones de Hilda", la película uruguaya que competirá en San Sebastian Es la opera prima de Agustín Banchero y se verá en la sección New Directions de la muestra de cine; aún falta conocer la grilla de Horizontes latinos, donde puede haber más uruguayos.  02/08/2021
Por G1 09 jun., 2020
Ao sair de cena há cinco anos, o compositor, pianista, arranjador e produtor musical fluminense Lincoln Olivetti (17 de abril de 1954 – 13 de janeiro de 2015) começou a ter reavaliada a relevante contribuição que deu à música brasileira. Um dos pioneiros no uso (e abuso) dos sintetizadores, esse mestre dos teclados foi nome fundamental na arquitetura da sonoridade tecnopop construída na MPB a partir dos anos 1980. Se por vezes pasteurizou a música brasileira com padronizados arranjos eletrônicos, Lincoln também criou pura magia pop ao atuar como músico e sobretudo arranjador em discos de Elba Ramalho, Gal Costa, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Lulu Santos, Rita Lee, Roberto Carlos, Sandra de Sá, Tim Maia (1942 – 1998) e Xuxa, entre muitos outros nomes em atividade nas décadas de 1980 e 1990. Exemplos da maestria do maestro, mago dos estúdios, os arranjos feitos por Lincoln Olivetti para as gravações originais das músicas Lança perfume (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1980), Festa do interior (Moraes Moreira e Abel Silva, 1981) e Banho de cheiro (Carlos Fernando, 1983) já justificam a celebração do artista no álbum Lincoln Olivetti – O mago do pop. Programado para chegar ao mercado fonográfico a partir de quarta-feira, 10 de junho, o disco Lincoln Olivetti – O mago do pop reúne onze gravações feitas para a homônima série de TV que, sob direção de Omar Marzagão e Úrsula Corona, documentou e avaliou o legado de Olivetti na discografia nacional. Produzidas na cidade do Rio de Janeiro (RJ) no estúdio da Biscoito Fino, gravadora que edita o disco Lincoln Olivetti – O mago do pop, as gravações foram feitas por elenco que inclui Fagner, Moraes Moreira (1947 – 2020), Davi Moraes, Sandra de Sá, Marcos Valle, Leila Pinheiro, Rogê, Gabriel Moura e Michael Sullivan. Intérprete de três das 11 músicas do álbum O mago do pop, Sullivan dá voz ao primeiro e único grande sucesso de Lincoln Olivetti como compositor, Amor perfeito, balada lançada em 1986 na voz de Roberto Carlos. A canção foi assinada por Lincoln com Sullivan, Paulo Massadas e Robson Jorge (1954 – 1993), guitarrista e tecladista com quem o artista gravou e lançou em 1982 o álbum Robson Jorge & Lincoln Olivetti, cultuado título da discografia de black music feita à moda pop do Brasil. No tributo Lincoln Olivetti – O mago do pop, a balada Amor perfeito também é ouvida na voz da cantora Marina Elali. Já Moraes Moreira e o filho Davi Moraes recriaram Festa do interior, marcha-frevo junina cujo arranjo da gravação original de Gal Costa se tornou referência da habilidade de Lincoln Olivetti para criar magia pop dentro de um estúdio de gravação. https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2020/06/09/maestria-de-lincoln-olivetti-e-revivida-no-album-o-mago-do-pop.ghtml
Por VARIETY 29 nov., 2019
Leading Miami-based international sales and distribution company FiGa Films has picked up worldwide sales rights to Agustin Banchero’s drama, “Las Vacaciones de Hilda” (“Hilda’s Short Summer”). “The film was part of this year’s San Sebastian Int’l Film Festival’s [work in progress section] Cine en Construcción and blew us away,” said FiGa Films’ Sandro Fiorin, adding: “It is the most mature first feature I’ve seen in years.” Produced by Virginia Bogliolo and Juan Alvarez Neme of auteur-driven Uruguayan shingle, Tarkiofilm, “Hilda” centers on the titular character whose self-imposed solitary life is upended when she hears that her son, whom she hasn’t seen in years, is coming to visit. The abrupt cancellation of his visit triggers memories of a past summer. “Her memories of a particular summer spark an emotional pivot for the character,” said Banchero whose inspiration for his film primarily stemmed from his need to understand people close to him. Through its five years of development, it evolved into a nuanced exploration of memory, on understanding how the past affects the present. “It became more of a philosophical search,” he said. As it had to be shot in the winter and summer, he filmed it in two parts with a year’s break in between. “That break was fortuitous as it allowed me to reflect on what I had filmed and see it from a fresh perspective,” he mused. Born in the Uruguayan capital of Montevideo 32 years ago, Banchero earned a filmmaking degree from the Film School of Uruguay after which he directed a series of short films, including “De Las Casas Blancas,” which screened at the LLAF in London and the World Cinema Fest in Amsterdam, among others. Other shorts followed, led by “Las Perdidas,” which played the Malba Festival in Buenos Aires. Banchero is also a visual artist. His work has been recognized on several occasions, including the Grand Prix of the Visual Arts Salon in 2012. Bogliolo, as well as Brazil’s Clarissa Guarilha and Clarissa Pileta Moraes, serve as executive producers. Founded in 2006 by Fiorin and his late partner Alex Garcia, FiGa Films was initially launched to select the best of Latin America’s “new” cinema. It has since expanded to include projects from North America, Europe and Africa and has a library of nearly 100 titles. FiGa Films is handling the sales of Costa Rica’s submission to the Best International Feature Oscar, Antonella Sudasassi’s “The Awakening of the Ants,” which has just been acquired by HBO in the U.S. https://variety.com/2019/film/news/figa-films-snatches-agustin-banchero-debut-feature-las-vacaciones-de-hilda-1203419661/?fbclid=IwAR1shrfbZjcuVMHIUT_LZ58nclCElnxCJn8QVq9CxXKc9Conpr6vHj_WCXc
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